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POR QUE

INSPIRAR?

Neste contexto socioambiental que o mundo enfrenta, precisamos de inovação, resiliência e de um ingrediente fundamental para o avanço da humanidade. Resgatar o vínculo e o cuidado com a mãe Natureza. O potencial transformador da educação é o caminho, quem sabe o único, para que futuras gerações se reconectem com
a natureza. Fortaleçam os laços e o vínculo com o meio ambiente. 

 

A vida é inspiração. Desde a respiração. Tudo que é vivo se move e inspira. Queremos inspirar a juventude,
os professores, o território dentro de uma prática fundamental, ligada à permacultura. E que os jovens possam, por sua vez, inspirar o território com tecnologias socioambientais que são viáveis e possíveis. Que partem
da observação da própria natureza (seus potenciais e excedentes). São resgatadas do saber ancestral. 

 

Por que não criar hortas nas residências dos trabalhadores? Debater as precárias condições de moradia? Enriquecer esses diálogos e a busca por soluções com referências da educação ambiental, como a Carta
da Terra
, os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a Base Nacional Curricular (BNCC).

 

Desde 2023, o Centro de Educação Ambiental da Fundação Julita, que há mais de 10 anos desenvolve
uma metodologia de educação ambiental continuada, da primeira infância a juventude, alçou mais um degrau para a capacitação da juventude. Teve início o Projeto Inspirar - Formação de agentes socioambientais
locais para um futuro comunitário sustentável.

A Fundação Julita é um dos poucos espaços remanescentes de área verde do Jardim São Luís (o subdistrito possui apenas um parque), sendo de extrema importância a sua disponibilização de forma educativa
e interativa à comunidade. A Julita é um oásis, um amplo espaço verde urbano em meio à periferia,
com 16 mil m² de área verde e bosque de Mata Atlântica nativa secundária.

 

Diante da atual situação ambiental é mais que necessário a adoção de práticas que visem à sustentabilidade partindo dos micro territórios, a fim de que iniciativas de preservação e recuperação do meio ambiente natural venham a ser incorporadas no cotidiano das pessoas, sobretudo nas periferias. Os desastres ambientais
que presenciamos cada vez mais, enchentes, deslizamentos, queimadas etc., afetam de maneira muito mais avassaladora moradores de comunidades periféricas por uma combinação de fatores sociais, econômicos
e estruturais.

 

Vivemos um tempo que culminou no conceito de “racismo ambiental”, termo que se refere à distribuição desigual dos impactos ambientais danosos afetando desproporcionalmente comunidades periféricas,
que precisam lidar com maior exposição a riscos ambientais, ao mesmo tempo, que possuem menos acesso
a recursos e infraestrutura para lidar com esses problemas.

 

Para tanto, conhecimentos específicos devem ser agregados ao processo educacional de crianças, adolescentes, jovens e adultos nas diversas instâncias de aprendizagem e participação social.

 

O Centro de Educação Ambiental tem atuado na formação de professores na metodologia de educação ambiental desenvolvida na organização e, ao passo que recolhe relatos da importância das formações oferecidas pelo caráter prático, simples e versátil, também observa a falta de recursos didáticos, de cursos, formações, oficinas específicas em educação ambiental.

Portanto, as atividades que compõem esse site são fruto do trabalho do Centro de Educação Ambiental
em uma formação contínua e diária ao longo de 10 meses do ano de 2024, envolvendo a juventude.
Foram formações diversas com oficinas de permacultura, bioconstrução, agrofloresta, energias renováveis, projeto
de vida, observação de espaço, elaboração de mapas e croquis de planejamento de ações.

 

Com a publicação deste site, pretendemos oferecer aos educadores ideias para facilitar seu planejamento pedagógico com atividades envolvendo a educação ambiental realizada de forma séria, consciente e crítica. Esperamos que, desta forma, os professores possam acessar e ampliar o repertório e as possibilidades
no desenvolvimento de projetos contínuos, progressivos e que levem em conta as especificidades socioambientais locais.

 

Agradeço toda a equipe de biólogos, permacultores, profissionais e educadores da Fundação Julita, que
se dedicaram e se dedicam incansavelmente à sensibilização e criação de vínculos entres nossas crianças
e jovens com a natureza: Flávia Cremonesi, Luciana Buitron, Thais Rosa, Emilia Horrana Silva de Oliveira,
Dylan Dantas Camargo.

Jânio de Oliveira
Gestor Geral da Fundação Julita

​​

“Nosso tempo é especialista em criar ausências: do sentido de viver em sociedade, do próprio sentido da experiência da vida. Isso gera uma intolerância muito grande com relação a quem ainda é capaz de experimentar

o prazer de estar vivo, de dançar, de cantar. E está cheio de pequenas constelações de gente espalhadas pelo mundo que dança, canta, faz chover.

O tipo de humanidade zumbi que estamos sendo convocados para integrar não tolera tanto prazer, tanta fruição de vida. Então, pregam o fim do mundo como uma possibilidade de fazer a gente desistir dos nossos próprios sonhos.

E a minha provocação sobre adiar o fim do mundo é exatamente sempre poder contar mais uma história. Se pudermos fazer isso, estaremos adiando o fim”.

(Ailton Krenak - “Ideias para adiar o fim do mundo")

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Carta ao professor

Sou nascida e criada no sul da Bahia, em um cidadezinha com pouco mais de 7 mil habitantes. Filha de mãe solo, fui criada por meus avós, Emília e Valdecio. Em um total de nove irmãos, sou a irmã mais velha de cinco irmãos por parte de mãe. Passei a infância acompanhada de minhas Irmãs, Emille e Fernanda, companheiras de aventuras e  banhos de rios. 

 

Morei boa parte da infância em uma casa de pau a pique, outra de madeira, com banheiro seco, um chuveiro
e um pequeno buraco no chão, poço artesiano no quintal, pé de urucum, acerola, cajá, jambo e abacate. 

 

Cresci na simplicidade, rodeada por natureza, aprendendo a plantar e a debulhar feijão, a transplantar mudas de cidreira e babosa, pegando água da nascente que abastecia o chafariz. 

 

A farmácia era o quintal de casa. Lembro de minha avó preparando xarope, banhos de erva, garrafadas
e afins. Aprendi a arrancar mandioca, a pescar piaba, fritar banana da terra, a cozinhar e a preparar garapa
de cacau e Jenipapo. Tudo isso, aprendi com minha avó, irmã e tias; mulheres que me sustentaram até aqui
e que são as raízes de minha árvore. 

 

Te conto tudo isso, porque meu sonho de criança era ser professora, queria muito ser igual a Martiane,
minha amada professora de português do ensino fundamental. Brincava de escolinha por horas com minhas irmãs, e foi o amor ao estudo que salvou a minha criança adoecida. Foi minha avó  e  professoras como Martiane que me fortaleceram e me ajudaram  a correr atrás desse sonho. 

 

Hoje, unindo meu amor pela natureza com a educação, posso afirmar com orgulho que esse sonho
foi realizado.Sou uma jovem mulher adulta, Lgbt, nordestina, bióloga e educadora ambiental. 

 

Reconheço a importância de cada educador igual Martiane, que veio antes e ajudou a formar quem
eu sou, que fortalece e abraça seus educandos. Para mim, foi uma honra ser uma referência para
os Jovens Monitores Ambientais. 

 

O projeto Inspirar veio com a missão de fortalecer a juventude, revelando a magnitude da natureza
e nos lembrando que fazemos parte dela. Assim como cuidamos uns dos outros no nosso grupo,

os jovens estendem esse cuidado à nossa comunidade e às diversas formas de vida.

 

Participar deste projeto foi um privilégio. Essa foi uma experiência que ficará marcada em nossa vida.
Nem todos os jovens têm acesso às belezas da natureza, e, para quem vive na periferia, essa jornada apresenta diversos desafios, especialmente quando se trata de acesso e oportunidades. 

 

Amar para cuidar é o que realmente faz a diferença, e esse acesso à natureza é fundamental para despertar esse amor. O projeto Inspirar foi uma curva na linha, uma oportunidade de transformar realidades
e criar novos caminhos.

 

Ver os jovens engajados em trazer propostas socioambientais para a comunidade é emocionante.
Ver a Rua de Heloísa ganhando um design permacultural, pensado para entrelaçar e gerar acesso à ocupação vizinha, que foi considerada pelo projeto de Matheus, é saber que esses jovens estão fazendo a diferença.
É algo que nos enche de esperança. Tenho certeza de que ainda vamos ouvir falar muito deles. 

 

Jovens, ser sua educadora foi a melhor coisa que me aconteceu. Nossas histórias se entrelaçaram
e nossas diferenças só nos fortaleceram. Continuem inspirando mais gente, sejam rios, e sempre
se lembrem de regar os brotinhos que plantamos.

 

E finalizo, querido professor, citando a música do Emicida: “Porque eu descobri o segredo que me faz humano; já não está mais perdido o elo, o amor é o segredo de tudo! E eu pinto tudo em amarelo”.

 

Emília Horrana de Oliveira
Educadora ambiental do Projeto Inspirar


Parceiros:

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Fundação Julita

Fundada em 1951, a Fundação Julita desenvolve atividades socioeducativas envolvendo 1.400 crianças, adolescentes, jovens e idosos em vulnerabilidade social, moradores da periferia urbana do Jardim São Luís, umas das áreas mais violentas e vulneráveis da cidade de São Paulo.  Há mais de 10 anos, o Centro de Educação Ambiental da Julita promove valores e conhecimentos para a preservação ambiental e construção de vínculos com a natureza.  Este site conta uma parte desta trajetória, a da formação de jovens agentes ambientais em Design Permacultural, que participaram do Projeto Inspirar e agora estão pelo mundo inspirando suas comunidades e escolas com um novo olhar para as questões ambientais.

R. Nova do Tuparoquera, 249

São Paulo - SP, 05820-200

Tel: (11) 5853-2050

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