

Comunidades urbanas
e a questão socioambiental
O Jardim São Luís, região em que a Fundação Julita atua, tem uma população de aproximadamente 300 mil habitantes. É um dos locais mais populosos, desiguais e violento da cidade de São Paulo. Com praticamente
da metade de sua população (134 mil pessoas) com o 1º grau incompleto, o Jardim São Luís é um local
que apresenta grande necessidade de ações socioambientais e educacionais que priorizem o desenvolvimento de sua população, envolvendo educação, lazer, esporte, cultura, saúde e meio ambiente. Essa realidade
é recorrente nas áreas periféricas urbanas.
Problemas ambientais

Com a falta de melhorias de infraestrutura básica de serviços essenciais para a população, houve um aumento exponencial no desmatamento e invasão dos morros por construções não planejadas e com infraestrutura insuficiente. Os resultados dessa ocupação foram enchentes, desmoronamentos, grande quantidade de lixo nas ruas e córregos, poluição visual, sonora, cidade não inclusiva, entre outros.
Alguns cruzamentos de dados demonstram a fragilidade de se viver nas margens da cidade. No Jardim São Luís, a quantidade de árvores no sistema viário não é compatível com o esperado pela Organização Mundial
de Saúde (OMS) para um ambiente saudável. E ainda é mais insuficiente porque alguns especialistas consideram que a recomendação da OMS está abaixo do que seria adequado. As árvores criam microclimas, geram umidade, infiltram água no solo e purificam o ar.
Outro dado relevante diz respeito à qualidade de moradia da população periférica. O Jardim São Luís possui 25,70% de moradias em favelas. Esse tipo de moradia carrega diversos problemas socioambientais como
falta ou baixa qualidade de investimentos em saneamento básico (tratamento de esgoto e coleta de lixo adequados), distribuição de água e mobilidade. Também é visível a baixa qualidade dos alimentos ofertados nos mercados periféricos, com muito ultraprocessados, sendo mais fácil e acessível que alimentos in natura.
A educação pode transformar essa situação

Apesar da falta de dados mais consistentes, é fato que a Educação Ambiental é fundamental e se faz cada
vez mais necessária como política pública para a redução das lacunas do bem viver nas comunidades periféricas, já que “Educação ambiental é um processo permanente, no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, valores, habilidades, experiências
e determinação que os tornam aptos a agir – individual e coletivamente – e resolver problemas ambientais presentes e futuros” (Ministério do Meio Ambiente).
“Tendo na educação o caminho da transformação socioambiental, é urgente que professores e educadores estejam preparados para esse tipo de travessia; mudando, primeiro, a sua percepção ambiental para
poder atuar como agente multiplicador”.