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Tecnologias ancestrais

A ancestralidade representa a herança de nossos antepassados, aquilo que nos constitui e molda nossa identidade. Ao realizar um resgate de memória com os jovens do projeto Inspirar, foi possível perceber a força dessas raízes em suas histórias. Muitos compartilharam vivências preciosas da infância, que revelam
não apenas o valor das tradições, mas também o impacto profundo de pequenas ações cotidianas.

Lembranças de um familiar preparando um prato querido, o cuidado com plantas cultivadas por suas mães
e avós, e até mesmo a participação na construção de uma casa de pau a pique foram testemunhos
da passagem do saber e da cultura de geração em geração.

Durante o tempo em que passamos juntos, aprendemos a identificar plantas alimentícias não convencionais (PANCs), a colher os frutos da época, e a fazer receitas saudáveis com elas.

Plantas nativas da Mata Atlântica

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Esses momentos dentro da cozinha foram essenciais para a integração do grupo, para fomentar criatividade, responsabilidade, protagonismo e cuidado com a saúde. Além de valorizar nossas plantas nativas da Mata Atlântica, já que viemos de um contexto aonde a maioria das frutas que encontramos no mercado
não é de origem brasileira.

Tivemos a oportunidade de aprender não apenas sobre as PANCs, mas também de nos conectarmos

com a  terra e com a rica diversidade de alimentos que ela nos oferece. Colhemos os frutos da época e,
com eles, criamos receitas saudáveis, muitas vezes resgatando tradições familiares. 

Alguns jovens, inclusive, reproduziram receitas de suas famílias como forma de presentear o grupo, compartilhando um pedacinho de sua ancestralidade através do sabor. Cada prato preparado foi uma expressão de conexão não só com o corpo, mas também com a cultura e com o meio ambiente. 

Ao valorizar as plantas nativas dos biomas brasileiros, e, ao fazer escolhas alimentares conscientes, trocamos
a maçã, por exemplo, por um abiu, um fruto típico da Amazônia, cheio de história. 
 

Que esses momentos de aprendizado na cozinha sejam um convite para repensarmos nossa relação
com o alimento, com a natureza e com a ancestralidade.

Apresentação à permacultura

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Nesse percurso, os jovens também foram apresentados às tecnologias permaculturais da Fundação Julita.
A permacultura é uma abordagem que busca integrar os seres humanos de forma harmoniosa ao ambiente, utilizando técnicas que respeitam e imitam os processos naturais. 
 

Esse conceito, ao contrário do que se pode pensar, não é novo. Tem raízes profundas nas práticas de vários povos e culturas, como comunidades nordestinas e dos povos originários, que já utilizavam práticas
de convivência sustentável com a terra há muito tempo. A exemplo das construções com terra, banheiro seco, cisternas, saneamento ecológico, bacias e valas de infiltração. 
 

Muitos de nossos jovens nasceram ou são de famílias nordestinas e, ao aprenderem sobre permacultura, relataram ter visto essas práticas em sua infância, como morar em casas feitas com técnicas
de bioconstrução, o uso de banheiros secos, a coleta da água da chuva e a criação de poços artesianos. 
 

Além disso, também abordamos os conhecimentos ancestrais sobre o manejo sustentável dos recursos naturais, como o uso de sementes crioulas e a integração de diferentes espécies para garantir
a fertilidade do solo. 
 

Esses saberes ancestrais, tão presentes no cotidiano dessas famílias, ajudam a entender como as tecnologias permaculturais estão profundamente conectadas com as práticas tradicionais, muitas vezes intuitivas,
que já existem a gerações.
 

“Essas memórias, que podem parecer simples à primeira vista, são expressões de um legado que transcende o tempo e as dificuldades. Elas nos lembram
que, como educadores, temos o privilégio e a responsabilidade de preservar
e valorizar essas histórias, incentivando nossos educandos a conhecerem
a importância de suas origens e a riqueza da sua própria trajetória. Que possamos ser inspirados por essas vivências para construir um ambiente
de aprendizado que não apenas ensina, mas também celebra e respeita
a ancestralidade de cada um”.

Fundação Julita

Fundada em 1951, a Fundação Julita desenvolve atividades socioeducativas envolvendo 1.400 crianças, adolescentes, jovens e idosos em vulnerabilidade social, moradores da periferia urbana do Jardim São Luís, umas das áreas mais violentas e vulneráveis da cidade de São Paulo.  Há mais de 10 anos, o Centro de Educação Ambiental da Julita promove valores e conhecimentos para a preservação ambiental e construção de vínculos com a natureza.  Este site conta uma parte desta trajetória, a da formação de jovens agentes ambientais em Design Permacultural, que participaram do Projeto Inspirar e agora estão pelo mundo inspirando suas comunidades e escolas com um novo olhar para as questões ambientais.

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Tel: (11) 5853-2050

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