

Jovens no território
Quando iniciamos o diálogo com a juventude sobre natureza e os seres vivos habitantes de um determinado local, o objetivo é desenvolver o olhar de pertencimento, seja de forma macro, por exemplo como são divididos os biomas no brasil, ou de forma micro, nas ruas ou vielas em que moram.
Refletimos que o ser humano é mais um ser vivo que faz parte do ciclo da vida na terra e interage participando dos impactos positivos e negativos em sua forma de conviver no mundo.
Portanto, no momento do diálogo, é possível elencar com os jovens quais os impactos ambientais gerados pelo ser humano nas grandes metrópoles ao longo das décadas, impactando as diversas vidas, como os rios da cidade, grandes florestas, qualidade do ar, pavimentação das ruas e grandes avenidas, ocupação dos espaços centrais voltadas ao desenvolvimento econômico, construção prediais exacerbadas para moradias.
Essas situações estão cada vez mais presentes nos bairros periféricos, inclusive no Jardim São Luís, aonde está localizada a Fundação Julita. Por isso, a necessidade de promover atividades em que envolvam o olhar crítico e sistemático de como acontece a ocupação do solo na cidade de São Paulo como um todo.
Pesquisa de campo

Entendendo-se como parte, a próxima etapa é aproximar esses jovens com as áreas verdes em seu bairro compreendendo que, anteriormente ao processo de urbanização, houve um longo período onde existia cobertura vegetal, grandes florestas e diversos rios passando onde, hoje, se encontram casas em situações precárias próximas umas das outras.
Esse reconhecimento acontece saindo pelas ruas do próprio bairro, por meio de pesquisas de campo,
visita às praças, aplicação de questionários aos moradores, estudos de casos, visitas a Pontos de Cultura
e mapeamento para responder ao questionamento: em qual território moramos?
Observação e cartografia social

Por meio da observação é possível identificar e se familiarizar ainda mais com os elementos da natureza presentes. Observar quais são as espécies nativas de fauna e flora que vivem próximas de suas casas,
os equipamentos públicos e privados que oportunizam o lazer, saúde, educação, meio ambiente, esporte
e cultura, vulnerabilidades socioambientais, quem são os moradores e suas origens.
A partir dessas informações é possível construir a cartografia social de onde moram, como elencar
as melhorias para seu bairro, pautando os conhecimentos adquiridos nas oficinas de Design em Permacultura, elencando tecnologias socioambientais de baixo custo, exercitando tanto a participação cidadã como
a incidência política nas pautas ambientais da cidade.
Entre os temas abordados durante a formação, os jovens têm levado em consideração os eventos extremos das mudanças climáticas e, a partir do protagonismo juvenil no território, é possível enxergar as possíveis mudanças e impactos positivos desse grupo nas ações voltadas para o desenvolvimento socioambiental local.
Um exemplo de atividade
Saída para leitura do território

A atividade de leitura de território proporciona aos educandos uma vivência prática, onde o objetivo é observar e compreender melhor o espaço em que vivemos. Através de uma caminhada guiada pelo bairro,
os educandos poderão perceber os pontos de destaque do local, como vegetação, construções e dinâmicas sociais, além de levantar questões sobre problemas como descarte inadequado de resíduos ou falta
de infraestrutura. Também podem analisar as paisagens locais, identificando suas belezas, pontos positivos
e também os aspectos que podem ser melhorados.
Essa experiência é essencial para despertar o olhar crítico e incentivar a reflexão sobre como podemos, enquanto cidadãos, contribuir para melhorias no nosso território, promovendo a cidadania e o senso
de pertencimento. Ao final da saída, fazemos uma roda de conversa, e, a partir das percepções coletadas, trocamos ideias sobre as possíveis ações que podem ser implementadas para transformar o ambiente
ao nosso redor de forma mais sustentável e inclusiva.